Hoje acordei com saudade de um amigo que está distante, mas muito perto do meu coração. Lembrei-me de um tempo difícil para ele, qual o deixou bastante deprimido e ao mesmo tempo sentido com Deus. Perguntava o porquê daquilo ter acontecido com ele? Seria, talvez, porque cometera tantos erros e que agora os estava pagando?
Quando quis responder, ele colocou sua mão sobre minha boca e disse para eu não falar nada porque sabia que eu era Espírita e podia imaginar o que eu falaria a ele naquele momento, então me calei e deixei que ele ficasse a se perguntar sem obter qualquer resposta. Mas a impressão que eu tive, logo a seguir, foi de que ele sabia o porquê, mas não queria, se quer, pensar nos motivos que o levaram a tal situação e que nada ele poderia fazer por ser tarde demais. Enfim, percebi que seria mesmo melhor eu me calar e deixar por conta das suas razões.
E lembrando deste meu amigo, que nada mais podia fazer para reverter uma situação, pensei em quantas coisas que nos acontece nesta vida, boas e más, e que só depois nos apercebemos delas. Quando são boas, ótimo, mas quando são más, bate o desespero e corremos para reverter o resultado. Quando conseguimos, ótimo, mas, `as vezes acontece de ser tarde demais.
Já aconteceu isso com você? Pois comigo sim. Arrisco a dizer que já aconteceu com quase toda a população humana. Não digo 100% porque acredito que aqui na Terra há os Espíritos quase perfeitos que nasceram aqui para nos ajudar a não cometer erros, e para citar alguns deles, pensemos em Buda, Mahatma Ghandhi, Sócrates, Platão, e tantos outros, além de indiscutivelmente o mais perfeito deles, Jesus Cristo. Acredito ainda que está nascendo Espíritos mais evoluídos entre nós, contudo, pelo nosso grau de adiantamento evolutivo, já não se faz necessário a divulgação do nome deles, e muitos são os que os reconhecem por terem "olhos de ver e ouvido de ouvir", que também não são poucos por esta Terra. Verdade! Embora a mídia faça questão de divulgar mais o Mal do que o Bem, o segundo é bem mais do que o primeiro.
Lembremos que todos esses Espíritos grandiosos, que estiveram, estão e, outros que estarão entre nós, talvez de formas e modos diferentes, entre muitos ensinamentos de luz, batem sempre na mesma tecla: para ser um homem de bem segui o roteiro da Oração Dominical, ou seja, O Pai Nosso.
Se tomássemos mais cuidado com nossas vidas e seguíssemos este roteiro, com certeza, não teríamos muito do que nos arrepender.
Para quem tem dificuldade em ver o significado das sábias frases que contém esta oração, copio mais abaixo, o feliz entendimento delas por Richard Simonetti, no seu livro A Voz do Monte, no capitulo intitulado: Como Orar. Diz ele assim:
A oração, em essência, expressa sentimentos. As palavras ajudam a exprimi-los, mas podem também esvazia-los, se repetidas muitas vezes. Desaconselhado, pois, o uso habitual de fórmulas verbais, que transformam a oração em reza - ideias penduradas no cérebro, que se extravasam pela boca, sem interferência do coração.
O "Pai Nosso" não deve ser tomado `a conta de mera formula verbal, cujo poder esteja na quantidade de vezes que venha a ser pronunciado. É preciso recordar que, ao apresentar a oração dominical , Jesus propunha-se a mostrar aos discípulos como orar. Nele, portanto, temos o roteiro de nossa atitude na oração, dos sentimentos que devemos mobilizar, a fim de que alcancemos a comunhão com a Espiritualidade Maior.
Começa Jesus dizendo:
Pai Nosso, que estas nos céus. Com Moisés Deus era o Senhor dos exércitos, soberano despótico, terrível, que se vingava até a quarta geração daqueles que o ofendiam. Jesus no-lo apresenta como o Pai Celestial, que devemos evocar com a mesmo confiança de quando, nos verdes anos, buscávamos a proteção paterna.
Santificado seja o teu nome. O nome de Deus é sagrado. A oração, por isso, não pode ser vulgarizada. Ainda que oremos varias vezes ao dia, é preciso fazê-lo sempre com muito respeito, mobilizando o que há de melhor em nós.
Venha a nós o teu Reino. Jesus ensinava que o Reino de Deus é uma realização íntima da criatura humana representando a integração de nossas almas nos propósitos da Criação. Começamos a construí-lo quando nos empolgamos pelo ideal de servir. Trabalhando pela edificação na Terra, com a prática do Bem, que nos eleva da inércia para a condição de colaboradores do Céu, acabaremos por encontra-lo em nosso próprio coração.
Seja feita a tua Vontade, assim na Terra como no Céu. Observando esta orientação, jamais seremos atingidos pelo desespero, pela revolta, pelo desânimo. Aceitando a vida e seus eventos, como um conjunto de experiências necessárias `a nossa edificação, estaremos habilitados a fazer o melhor. conservando a paz e valorizando as experiências humanas.
O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. De Deus devemos esperar nosso sustento sempre, conscientes, entretanto, de que, se o Senhor nos dá o trigo, compete-nos o esforço de fazer o pão. Ele nos oferece os patrimônios da Vida, mas o esforço de viver é nosso.
Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Ninguém está isento de erros... Há tanto mal de que devemos pedir perdão a Deus!... Por isso é preciso perdoar. Afinal, os que nos ofendem também são seus filhos. Como merecer o perdão de nosso Pai, sem perdoar aos nossos irmãos? Como ama-Lo, odiando seus filhos?
Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos de todo mal. Proteção jamais nos faltará, ante as arremetidas das sombras, desde que guardemos a disposição de fazer o melhor, conscientes de que somos tentados não por circunstâncias exteriores, mas pelo mal que existe em nosso próprio coração.
E Jesus termina dizendo simplesmente: Assim seja. Assim deve ser. Os princípios básicos apresentados na oração dominical constituem o roteiro de nossa comunhão com Deus, conscientes de que na luta pela conquista da felicidade e da alegria, da paz e da afetividade, se fizermos um pouco, Deus fará o resto.
Obrigada por ler este blog.