quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Sonhos - Atividade Noturna do Espírito

Queridos leitores do meu blog;

Transcrevo aqui, o que Carlos Toledo Rizzini, escreve sobre a emancipação da alma, no que se refere aos sonhos, no seu livro "EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO".

Abraços fraternos
Loraine


Resultado de imagem para sonhos
Imagem relacionada




Sonhos - Atividade Noturna do Espírito:



1.     Durante o sono, o Espírito desprende-se do corpo; a noite é um longo período em que ele está livre para agir noutro plano de existência.  Porém, veriam de desprendimento e lucidez.   Nem todos se afastam do corpo, mas permanecem no ambiente doméstico; temem faze-lo, sentir-se-iam constrangidos num meio estranho.  Outros movimentam-se no plano espiritual, mas  suas atividades e compreensão dependem do nível de elevação.  O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da afinidade moral, expressa, conforme a explanação  anterior, por meio da afinidade vibratória ou sintonia.  O Espírito será atraído para regiões e companhias que se harmonizem com os seus desejos e intenções, ou seja, impulsos predominantes.  Ali  com elas, procurará e achará satisfação adequada ao seu gosto, bem como lições concordes com as intenções manifestadas.  Haverá intercâmbio de emoções, aprendizado de doutrinas, acerto de trabalhos, sugestões variadas, etc., pois, entrará em contato com Espíritos semelhantes a ele. Subirá mais ou se degradará mais, conforme queira.  Assim, o lúbrico terá entrevistas eróticas de todos os tipos, o avarento de negócio  rendosos usando a astúcia, a esposa queixosa encontrará conselhos contra o seu marido, e assim por diante.  Inimigos entram em luta; amigos reforçam amizades; aprendizes fazem cursos; cooperadores trabalham nos campos prediletos; e vai por aí.

2.     Para a Doutrina Espírita, conforme tais considerações, o sonho é a recordação de uma parte da atividade que o Espírito desempenhou durante a libertação permitida pelo sono.   Ao invés de tolice, revela o que somos na realidade profunda.  Não dizem isso os fisiologista.  Para eles, que têm realizado pesquisas sobre a fase de sonho do sono e não sobre o sonho em si mesmo, o sonho é uma experiência alucinatória".   O "conteúdo alucinatório dos sonhos" parece-lhes apenas "a expressão de um tipo grosseiro de atividade executada pelo córtex cerebral"; o sonho é uma "manifestação de pensamento de nível inferior."   O importante é que os investigadores científicos afirmam que "todos sonham repetidamente toda noite"; admitem que muitos não se recordam e dizem não terem sonhado; quanto mais dorme o sonhador, terminado o sonho, menos lembrará dele.   Informam que quase sempre o sonho começa uma hora depois de iniciado o sono;  poderá haver de três a cinco períodos de sonho durando vinte a trinta e cinco minutos cada um e com intervalo de noventa  minutos; nestes, o sono é mais profundo.   Experiências consistentes em acordar pessoas durante o sonho deram em resultado distúrbios emocionais, como ansiedade, irritabilidade, aumento de apetite e de peso, logo curados cessando a interrupção.   Foi criado um   indicador de sonho, aparelho que registra graficamente os movimentos dos globos oculares e as ondas cerebrais; o sonho acompanha-se de um traço característico, sabendo-se quando o sujeito começa a sonhar e termina.

         É deveras importante que o leitor saiba de alguns detalhes sobre o sonho para que não pense tolices sobre si mesmo ou outrem e possa orientar-se adequadamente.

          No curso do período de sonhos, o cérebro retoma atividade como em vigília e os músculos revelam-se flácidos; é então que o indivíduo, se acordado, embora esteja consciente, está com as pernas fracas e tende a cair; vez por outra, intensos espasmos nos braços e pernas surgem, donde, no leito, por vezes sentirmos forte e súbita contração muscular (um estremeção).  Os olhos movem-se rapidamente de um lado para outro sob as pálpebras fechadas;  esses movimentos, característicos do sonho, são conhecidos pela abreviatura de  REM (iniciais do nome inglês: Rapid Eye Movements).

           Mas ainda, durante o sonho, ocorre quase sempre ereção do pênis ou do clitóris, segundo o sexo adormecido.  Esta propriedade é empregada pelos médicos, no caso dos homens, para descobrir se uma impotência é devida a causa emocionais ou orgânicas:  se não surgir ereção durante a fase onírica, então é de origem física (para isso, passa-se uma fita justa na verga, a qual se romperá se houver aumento de volume no correr da noite).   O frequente enrijecimento peniano observado pela manhã, geralmente atribuído à repleção vesical, é, de fato, originado pelo fato de a pessoa acordar na fase do sonho; a não ser assim, o que nos sucederia durante o dia, após horas sem meio esvaziar a bexiga?  Comportamento antissocial...

             Em geral, o evento passa despercebido em face do sono ininterrupto.  Todavia, ao perceber-se em tal situação, ninguém precisa entrar em considerações, nem fisiológicas - procurando satisfação carnal; nem éticas -  acusando-se de sátiro, imoral, etc.    O fenômeno, passa como veio, sem solicitar quaisquer cuidados, porquanto, é um reflexo espontâneo, natural, normal, como se queira classifica-lo.

             Uma última advertência relevante.  Enquanto o sujeito dorme, ocorrem frequentes pausas da respiração (ditas apneias), dando origem a certo grau de asfixia, que, às vezes, ele sente, acordando bruscamente e logo retomando o sono; elas baixam a concentração de oxigênio no sangue.   O ronco, tão vulgar e incômodo, é um recurso contra a apneia, que pode durar até perto de um minuto.  Numa noite, algumas pessoas chegam a ter quinhentas dessas paradas respiratórias;  ao roncar o tórax aspira ar para dentro dos pulmões.  Isso é raro, mas uma ou outra suspensão sucede em quase todos, durando só alguns segundos.   Com a idade, tende a aumentar um pouco (umas cinco vezes por noite por uns dez segundos, acima dos sessenta e dois anos).  A causa reside na contração das vias aéreas, no afrouxamento respiratório localizado no cérebro.


3.          Há três maneiras lógicas de interpretar sonhos:  a freudiana, a adleriana e a espírita.

             A interpretação freudiana encara o sonho como apontando para o passado, declarando que ele significa a satisfação fantasiosa e no plano mental de um impulso recalcado, que provém dos instintos primitivos com os quais o indivíduo nasce.  Para Freud, o sonho satisfaz de algum modo desejos e intenções não expressos e serve para impedir que o impulso acorde o adormecido.  É como se fosse uma "mensagem cifrada do inconsciente", que, decifra pela interpretação do sonho, revela um  aspecto da personalidade.  Esta interpretação concerne ao reconhecimento da significação dos símbolos, por meio dos quais o sonho exprime a satisfação impulsiva.

              A interpretação adleriana (de Alfred Adler, que rejeitou o rótulo de psicanalista e seu trabalho tornou-se conhecido como "Psicologia Individual") considera o sonho como voltado para o futuro, encarando-o como uma tentativa de manter ou reforçar o estilo de vida de uma pessoa quando surgem contradições com a realidade ou com o senso comum.  O sonho, julgava Adler, sendo uma criação de estilo de vida, ajuda a solucionar problemas ligados a ele e tem o papel de agitar sentimentos.

               Para o Espiritismo, o sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão de estilo de vida -  com a diferença fundamental de não se processar só no plano mental, mas ser uma experiência genuína do Espírito que se passa num mundo real e com situações concretas.    Como apreciamos acima, o Espírito, livre temporariamente dos laços orgânicos, empreende atividades noturnas que poderão se constituir apenas de satisfação de baixos impulsos ou de justificativas para o modo de viver, segundo os citados psicológicos.   Mas, poderão ser também de natureza mais elevada e nobre.  O sonho é um fragmento de memória disso.

               Essa concepção da doutrina em pauta vem ser confirmada com experiências feitas em cobaias humanas, submetendo-as, antes de dormir, a uma série de condições externas, estímulos, como fome, sede, frio, excitação sexual, carência afetiva, fadiga, filmes de ficção, etc., sem que fosse possível induzir quaisquer alterações significativas nos sonhos.   Parece que estes são mesmo produtos das experiências vividas pessoalmente, como se exarou acima.   Os estímulos que poderão modificar os sonhos de alguém vêm a ser apenas aqueles relevantes emocionalmente para o próprio, porquanto, mesmo pessoas em crise real (cirurgia, via de regra) nada revelaram  em matéria de ter sonhos específicos.

               Outra averiguação que a vida revela espontaneamente:  em uma investigação, oitenta por cento das mulheres que tiveram sonhos repetidos mais de uma vez, sendo quarenta e seis por cento deles desagradáveis e outros quarenta e três começaram de modo penoso, mas terminaram bem; feliz, só três por cento.    Nos arraiais humanos nem tudo vai bem ...

4.            Nem sempre os sonhos são nítidos ou coerentes.  Há  uma série de fatores que interferem tornando-os obscuros ou  incoerentes.   No momento em que o Espírito retorna o corpo para acordar, ocorre intensidade maior ou menor de perturbação da consciência, o que ocasiona vários graus de esquecimento.   A intromissão nos sonhos de elementos conscientes da vida comum é frequente, especialmente quando há preocupação.   Entram em jogo ainda as dificuldades do próprio Espírito para compreender o que se passou durante a noite:   daí nascem interpretações errôneas.  Outro fator a considerar é composto das lembranças de vidas anteriores, que emergem do inconsciente e encaixam-se no sonho fazendo-o confuso; note-se que há sonhos formados inteiramente de tais recordações, os quais podem ser muito lúcidos.  Por fim, não se deve ignorar o simbolismo usado por membros espirituais objetivando fazer sugestões e advertências ao encarnado sem violar o livre-arbítrio, o que a lei não permitiria; mostram-lhe uma montanha árida e pedregosa, sobre cuja encosta ele ascende penosamente, simbolizando provas dificultosas próximas.   Tudo isso explica as distorções e disfarces, tão mencionados na literatura psicológica.

5.            Em suma, o sonho é uma expressão da vida real da personalidade.  O Espírito procura atender a desejos e intenções inconscientes durante esse período de liberdade relativa.  Conforme o grau, o tipo de sintonia gerado pela afinidade moral com outros, encaminha-se automaticamente para a parte do mundo espiritual que melhor satisfaça seus objetivos, ainda que implícitos; aí conta com colegas, sócios, desafetos, "mestres", etc.

                Há mais dois tipos de sonho:   Um é o sonho premonitório, bem diferente do acima descrito e já tratado.   Outro é o pesadelo, ou seja, o sonho ansioso, em que entra o medo.   É também uma experiência real, porém,  penosa; o sonhador vê-se acossado por inimigos ou animais monstruosos, tem de atravessar zonas tenebrosas, sofrer castigos, etc., que, de fato, são vivências provocadas por agentes votados ao mal ou por desafetos desta ou de outras vidas.




Livro Consultado:
EVOLUÇÃO PARA O TERCEIRO MILÊNIO
Autor: Carlos Toledo Rizzini