segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FANATISMO RELIGIOSO

Olá amigos leitores

 

          Hoje vou escrever um pouco sobre o fanatismo religioso dentro da Doutrina Espírita. Li sobre este assunto em vários livros e jornais espíritas, mas o que me pareceu mais claro, ou de mais fácil entendimento,  foi o texto encontrado num livro da Fraternidade dos Discípulos de Jesus - "Iniciação Espírita", da Editora Aliança.  Diz o texto:

 

                                           FANATISMO RELIGIOSO

          A Doutrina dos Espíritos é obra que vem sendo edificada nos corações dos homens a exemplo da planta que cresce entre os abrolhos e o mato deteriorante e que, no decurso da sua evolução , se eleva, sobreia e acolhe tudo o que, no tempo, se perdeu em baixo, espalhando então, aos homens, os frutos do seu valor. No entanto, não são aconselháveis as posições de companheiros que, na defesa dos postulados Kardecistas , até mesmo esquecem da tolerância religiosa para com o próximo, e provocam desuniões na família espírita.  Carecemos ainda, no nosso convívio religioso, de estabelecer com amor e compreensão, os diálogos fraternos, a aferição dos rumos doutrinários em favor da massa obscura que necessita, principalmente, de caridade, entendimento e orientação para Cristo.

          Lembremos as palavras do nosso Sublime Mestre que, em preparando os discípulos para a continuação da sua obra redentora disse: E por muito vos amardes sereis reconhecidos como meus discípulos.  Ainda muito distanciados nos encontramos dessa vivência evangélica exaltada por Jesus.

         Emmanuel esclarece com muito acerto: "Recordemos que o supremo orientador das equipes de serviço cristão é sempre Jesus. Dentro delas, a nossa oportunidade de algo fazer constitui só por si valioso premio." 

         É ainda o amor a forma que reúne as únicas condições de harmonização das criaturas e, em particular, com prioridade, a família espírita.

         É muito comum e compreensível a euforia que, de momento, os iniciantes na Doutrina dos Espíritos sentem e dai passam a viver os primeiros impulsos de transformação rápida no seu comportamento, fruto do amadurecimento repentino.  O entusiasmo exagerado inibe a ponderação e o raciocínio nas atitudes e no falar.  Achamos, nessa fase, que já nos melhoramos da noite para o dia e,  sem nos auto vigiarmos, nos consideramos verdadeiros discípulos, embora os nossos atos sejam contrários à razão, ao bom-senso.

          O fanatismo religioso caracteriza-se pela aceitação cega, resultante da imaturidade interior, do pouco conhecimento doutrinário e, desse modo, torna-se perigoso ao seguidor e ao próprio Espiritismo.   Muitos aceitam sem a devida análise, as comunicações trazidas por médiuns, em muitos casos desequilibrados, que transmitem conselhos absurdos de entidades mistificadoras.  A evolução é sempre lenta e sempre conquistada no trabalho íntimo, no estudo e na prática dos ensinamentos cristãos.

           Entre as manifestações do fanatismo religioso, destacamos a intolerância para com as demais religiões, esquecidos que só o amor constrói e que os laços sutis de fraternidade independem dos aspectos externos, dos formalismos e dos rituais religiosos.

           Jesus pregava e distribuía a caridade a todos, sem perguntar nem separar segundo credo religioso de cada um.  A todos Ele chamava de irmãos.

           Não deixemos que a intolerância religiosa nos envolva, criando separações entre quem quer que seja, principalmente no seio da própria fa mília espírita.  Preocupemo-nos com os frutos que possamos produzir, com o amor que possamos unir, pois "só por muito nos amarmos seremos reconhecidos  como discípulos de Jesus".