Quase dois meses se
passou da tragédia de Santa Maria e o número de mensagens psicografadas, dando
notícias de como se encontram esses jovens que se foram para o Plano Espiritual
continuam a aumentar, vindas de todos os cantos do Brasil.
Como muitas
pessoas que me conhecem sabem que por alguns anos eu me dediquei a ministrar
aulas nos cursos básicos da Doutrina Espírita, e esta, tem como um dos seus
ensinos principais a comunicação entre Espíritos Encarnados e Desencarnados,
algumas dessas pessoas vieram me perguntar sobre a veracidade destas
comunicações recebidas. Perguntaram-me se era mesmo verdade que esses jovens
foram os algozes de outros homens e que eles morreram da mesma forma que
fizeram outros morrerem em vidas passadas?
Em nenhum
momento eu diria que me sinto apta a responder.
Não, não tenho como dizer se isto é verdade. Contudo, eu posso responder que segundo a
Doutrina Espírita tudo que fazemos tem consequência, sejam boas ou más, e estas, só as
recebemos quando estamos prontos para recebê-las e isto implica em capacidade de aceitação além de que algumas
situações só conseguimos nos preparar para assumir essas consequências muito
tempo depois, e este tempo pode ser tão longo que passamos várias reencarnações
nos preparando para tal consequência.
Outra coisa que
posso responder é sobre acreditar ou não em mensagens mediúnicas. Entre as
pessoas que se iniciam na Doutrina Espírita e entre as que tem pouco
conhecimento da realidade das comunicações entre planos físico e espiritual,
é muito comum esta dúvida de acreditar ou não na mensagem. Sendo assim, vou responder de forma fácil de
compreensão para qualquer dessas pessoas, a resposta que sempre dei aos alunos
e que continua sendo a que dou até hoje porque é nela que eu acredito e me fio:
NÃO IMPORTA O MENSAGEIRO, O QUE IMPORTA É A MENSAGEM.
Eu aprendi, e pude observar através de anos
de experiência em Educação Mediúnica e pelos estudos que ainda faço para
aprimorar meus conhecimentos desta Doutrina que, embora a psicografia que mais chega perto da fidelidade do transmissor
é a psicografia mecânica, àquela conhecida como psicografia inconsciente, seja
a mais fiel, ela está quase extinta e raros são os médiuns que trabalham de
forma inconsciente, justamente porque não é o que os Espíritos Superiores querem
ou nos ensinam, pelo contrário, a Espiritualidade nos ensina que somos
soberanos no uso do nosso próprio corpo, por isso, temos responsabilidade de
não deixar que ninguém o use como se ele fosse seu. É bondade de cada médium se
permitir ser o meio de passar a mensagem entre os dois planos e, é atitude de responsabilidade
do mesmo que a mensagem seja passada o mais fiel possível. Entretanto, temos
entre nossos médiuns psicográficos, vários em graus de conhecimento,
inteligência, intelectualidade, moralidade, fidelidade a sua tarefa mediúnica,
etc. Por esse motivo, ou seja, por essa variedade de condições de médiuns, não
podemos esperar deles a perfeição da transmissão da mensagem. Podemos esperar
deles o máximo que eles podem dar, mas que, infelizmente, só eles sabem quanto
eles podem. Cabe a nós apenas o discernimento e a capacidade de ler ou ouvir a
mensagem com o coração e a razão, que são as parte que existem em nós que mais
se aproximam do Divino.
Antes de criticar
ou colocar a prova à veracidade de uma mensagem mediúnica é preciso levar em
consideração tanto as condições físicas do médium quanto a moralidade dele e
avaliar, no mínimo, superficialmente as condições intelectuais do mesmo.
Quanto à
mensagem transmitida, eu penso que é primordial a essência do contexto dela,
importa a mensagem e não o mensageiro. Este pode ser quem for e escrever ou
transmitir a mensagem do jeito que estiver ao alcance dele. Não se deve considerar acréscimo ou falta de
palavras, nem tampouco erros de escrita. Muitas vezes acontece de o médium não
entender direito a palavra inspirada ou ditada e nem se apercebe disto passando
uma palavra com significado próximo. Os amigos da Espiritualidade deixa que
seja assim, quando a palavra não vai arruinar ou comprometer a mensagem. Caso
não haja este comprometimento, então, eles deixam como o médium interpretou
porque sabe que o médium esta dando o seu melhor e que ele está no tempo dele,
no seu turno, e que ele ainda tem muito chão pela frente no caminho da
perfectibilidade. Veja que eu usei perfectibilidade e não perfeição!
Acho que da
parte do médium, a intenção dele ao transmitir a mensagem é que deve ser
avaliada. Quanto à mensagem propriamente dita, eu acho que devemos avaliar
segundo o nosso discernimento fundamentado no amor e na razão, ou seja, na
sensatez.
Em relação a confortar quem quer que
seja na tragédia de Santa Maria, se nosso amor e nossa razão entender, na
mensagem mediúnica a essência da intenção de conforto vindo da Espiritualidade
como uma forma de acalmar os corações, principalmente dos pais, irmãos e amigos
daqueles jovens, por que não acreditar?
- Quanto à resposta que não conseguirei responder, àquela que diz que eles vieram resgatar alguma coisa do passado; pagar um mal que fizeram; provar do mesmo veneno e coisa e tal, eu sugiro que façam o mesmo que eu: vejam como algo muito bom. Algo comparado ao alívio de ter conseguido, honestamente, quitado uma imensa dívida por meio de muito trabalho, sacrifício e renúncia.
Loraine, comentarios verdadeiros e fiéis a tudo que aprendemos na Doutrina. Parabens e um beijo da amiga Marlene.
ResponderExcluirMarlene, certamente aprendemos e continuamos a aprender. Quero aproveitar a oportunidade para lhe dizer que você foi uma das melhores professoras que eu tive dentro dos cursos sobre Doutrina Espírita. Saiba que me espelhei em você procurando passar com fidelidade tais ensinamenntos. Obrigada pelo
Excluircomentário. Beijo