Olá amigos leitores!
Hoje pela manhã, estava mexendo nos meus arquivos e por lá guardo algumas inspirações que costumo escrever para não esquecer de que um dia eu as tive. Assim, em minhas mãos foi parar uma resposta que dei a uma aluna do básico II, dos cursos ministrados em casas Espiritas, referente a Doutrina Espírita. Foi escrito no ano de 2007, e a pergunta foi feita quando tinha terminado a aula e estava saindo da sala quando a aluna me abordou com a dúvida que ela tinha. Prometi, por causa da pressa, responder na próxima aula. E assim, em casa, naquela semana, veio-me a mente que eu tinha uma resposta a dar, então me posicionei para escreve-la. Assim foi a resposta para a pergunta dela, que me dizia não saber se conseguia amar a Deus acima dos filhos dela, pequeninos e que ela confessava ser apaixonada e por eles capaz de tudo fazer!
Assim foi lhe dado a minha resposta, mas não sem antes pesquisar e ser pensada, repensada e, ao mesmo tempo, passar para ela o que eu acreditava ser para mim a resposta mais adequada, não só para aquela pergunta, mas para todas as dúvidas que abordam o sentimento de culpa que sentimos quando uma vez ou outra achamos que amamos tal e tal coisa ou pessoa, acima de Deus. Somos ainda muito imperfeitos, mas estamos no caminho da perfectibilidade, portanto, essas coisas e muitas outras, que de momento nos parece difícil de entender ou ainda estranha para nós, acontecem nesse caminho.
Estamos ainda muito longe da capacidade de sentir amor no seu estado absoluto, entretanto, podemos ter uma vaga ideia dele sentindo o amor que mais se aproxima de sua semelhança. Este, é o amor que sente uma mãe que ama verdadeiramente seu filho ou filhos.
Somos herdeiros de tradições milenares, presos ainda pelos atavismos das repressões.
No Decálogo esta escrito: Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo. E ainda encontramos nos textos sagrados: Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa de servidão. Não tereis outros deuses estrangeiros diante de mim. Não fareis imagem talhada, nem nenhuma figura de tudo o que está nas águas sob a Terra. Não os adorareis, nem lhes rendereis culto soberano. ( 1º Mandamento; Moisés )
Amar a Deus sobre todas as coisas é estar ciente de que existe um único Criador, infinitamente sábio e poderoso. Que tem todas as qualidades de modo infinito e absoluto, portanto, saber dessa existência é compreender que Ele é infinitamente superior a sua criação. Nós somos uma das suas criações e "tentamos" amá-Lo a altura da realidade que Ele se mostra a nós.
Se refletirmos com mais vontade sobre os dez Mandamentos veremos, com certeza, que neles estão contidos a justiça, o amor e a caridade.
Justiça: trata-se do respeito aos próprios direitos e aos direitos dos outros.
Amor: é o amor absoluto - Deus é amor absoluto.
Caridade: Dar de si - ser fraterno para consigo e com os outros.
Quando se fala em amar a Deus acima de todas as coisas, entendamos que Ele é o primeiro a ser amado, mas isso nunca acontecerá de imediato porque para amarmos alguém é preciso que conheçamos o amor. Este, nos é revelado gradualmente, na medida em que vamos sendo mais puros de coração.
Como ainda estamos em tempo de aprendizado, somos ainda egoístas e partimos primeiro para a nossa própria direção. É por isso que Deus diz para amarmos o nosso próximo como nós nos amamos, assim teremos certeza ou noção do que devemos sentir por eles.
Entendendo o amor fraternal, ou seja, aquele que vai em todas as direções, sem nenhum obstáculo, chegaremos a conclusão de que graças ao Nosso Criador somos puro amor e por essa graça seremos eternamente gratos por Ele ter nos deixado interiorizar esse sentimento, porque é ele que nos leva para a felicidade absoluta.
Por enquanto não nos preocupemos se amamos nossos entes queridos acima ou igual a Deus. É assim que deve ser quando ainda estamos no percurso da perfeição. O importante é saber que haverá tempo em que todos nós seremos fraternos universalmente, mas para isso ainda necessitamos graduar o nosso amor, ou seja, estamos aprendendo a amar por partes.
Obviamente damos prioridades aos nossos filhos e Deus permite que isso aconteça porque, de fato, Ele quer que tenhamos uma noção mais próxima do que Ele sente por nós. Não desejamos o mesmo amor para nossos filhos?
Errado é não amar.
Quanto mais aumentarmos o nosso "leque" de amor, mais felizes nós seremos. Lembremos que esse "leque" inclua todas as nossas ações em relação ao amor, desde a nossa primeira encarnação até a presente.
O objetivo é o AMOR ABSOLUTO, mas durante o nosso percurso ele será AMOR RELATIVO.
Temos, sim, que nos esforçar para não graduar o amor, entretanto, lembremos que para isso temos também que apreender muitos ensinamentos, que por sinal já estão ao nosso alcance. Onde? No exemplo de Jesus...
Abraços e até aproxima!
Loraine
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